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domingo, 21 de dezembro de 2008
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• Claudia Raia: "Donatela é arrogante"
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 Expansiva por natureza, Claudia Raia criou um "olhar turvo", sem brilho, para marcar o período de espera pós-prisão da ex-cantora sertaneja e ex-dondoca Donatela.
Depois de passar os últimos três meses escondida de quase todo o elenco de "A Favorita", a mocinha - personagem em constante "processo de metamorfose", considerado pela atriz o mais complexo de sua carreira -, começa a virar o jogo: encontrou o filho desaparecido, reconciliou-se com a filha adotiva e, agora, terá a ex-sogra, Irene (Glória Menezes), aos seus pés, pedindo perdão de joelhos.
- Donatela continua arrogante, passional, não perdoa de maneira babaquinha, como se fosse uma tonta. Ela tem vontade de dar um tapa na Irene, mas aproveita a situação para dizer tudo o que deve - adianta Claudia.
Apesar de ter criado vilões que roubam a atenção do telespectador, João Emanuel Carneiro desenhou uma heroína demasiadamente humana - carente, arrogante e mandona - que ganhou a torcida do público, ao contrário de algumas novelas anteriores, em que a mocinha foi abafada pela inimiga. Há menos de um mês para o fim da novela, Claudia testou o sucesso de Donatela diante de um Maracanã lotado no show de Madonna: as pessoas pediam, aos gritos, para ela matar Flora, a psicopata interpretada por Patrícia Pillar.
- Foi uma loucura - diz Claudia, ao descrever a experiência, confirmando que as mocinhas adocicadas não têm mais vez. - É mais difícil fazer a boazinha, mas as mocinhas ficaram mais atraentes, são mais fortes. Quando você está passiva diante das coisas, passa a não ser mais interessante - acredita.
Donatela não faz o gênero frágil, mas precisou recuar depois de forjar a própria morte e de passar a viver clandestinamente.
- Por isso eu tentei criar para ela esse olhar de espera. Ela passou os últimos meses numa posição bastante passiva - pondera a atriz.
Donatela foi ao inferno e voltou. A perua de megahair impecavelmente escovado do começo da novela surgiu completamente desgrenhada antes de adotar um cabelo mais curto - "espigadinho e trash", na descrição da atriz - para deixar a prisão com uma identidade falsa.
- Sou vaidosa e gosto de moda mas, ao contrário do que as pessoas pensam, sou atriz antes de qualquer coisa. Adoro quando me dão oportunidade de fazer esse movimento - conta, para admitir logo em seguida: - É barra pesada se despir dessa maneira. Quando me vi numa das cenas na cadeia, com um rato, pensei: "Jesus, que loucura, o que foi que eu me tornei?".
Mas todo este movimento colaborou para que Claudia deixasse de ouvir um adjetivo que acompanhava as suas personagens pré-Donatela.
- Sempre que me elogiavam para dizer que eu estava ótima em cena também completavam que eu estava linda. Agora ninguém fala do visual. Até porque não tem nada para falar. O foco não é esse - diz a atriz.
A roupa desmentia a impressão de muitos telespectadores de "A Favorita": Claudia não está gorda.
- As pessoas acham que estou gorda e adoro isso - jura a atriz, que diz ter desconstruído completamente a Claudia para incorporar os gestos brutos de Donatela. - Tive que me "poluir" muito. A postura que faço para ela tira meu bumbum, é uma coisa quase masculina. O corpo fica tábua. Ando com o joelho meio dobrado - descreve a atriz, que levanta da cadeira para demonstrar a diferença entre o seu jeito de andar e o de Donatela.
No começo foi difícil, mas hoje basta ouvir um gravando no estúdio para a atriz "incorporar" a ex-integrante da dupla Faísca e Espoleta.
- O Cauã (Reymond) me fala: fica longe de mim para não me desconcentrar. Entro no estúdio e faço loucuras com a equipe, me divirto horrores. É só eu escutar o gravando que já estou aos prantos, no clima.
Fonte: O GloboMarcadores: entrevistas
 escrito às 22:52 - Link da notícia -
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